15 de julho de 2012

Deputado do PSol pede explicações sobre “canto” do Exército no Rio de Janeiro


O líder do PSol na Câmara dos Deputados, deputado Chico Alencar (RJ), protocolou, na quinta-feira (12), requerimento em que cobra explicações sobre o “canto” de apologia à violência que soldados da Polícia do Exército entoaram em treinamento pelas ruas do Rio de Janeiro.

O jornal O Globo, na sua coluna Panorama Político, publicou a nota seguinte:

“Soldados do quartel do 1º Batalhão da Polícia do Exército, onde funcionava o DOI-Codi na ditadura militar, corriam ontem pela manhã na Rua Barão de Mesquita, no Rio, cantando: ‘Bate, espanca, quebra os ossos. Bate até morrer’. O instrutor então perguntava: ‘E a cabeça?’ Os soldados respondiam: ‘Arranca a cabeça e joga no mar’. No final o instrutor perguntava: ‘E quem faz isso?’ E os soldados respondiam: ‘É o Esquadrão Caveira!”.

O deputado Alencar justificou seu requerimento alegando que o “canto” é uma “clara indução à violência e ofensa aos princípios universais dos direitos humanos.

Diante dos abomináveis cantos de guerra e tortura que os soldados da Polícia do Exército no RJ são estimulados a gritar”, o líder do PSol e a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, por seu presidente, deputado Domingos Dutra, tomaram algumas providências:

1) Oficiar ao ministro da Defesa para que determine o imediato fim destes brados em toda e qualquer unidade das Forças Armadas;

2) Requerer informações sobre a ciência que o Ministério tem do fato, quais são as autoridades diretamente responsáveis pelo treinamento, se isso é usual nas práticas militares e desde quando;

3) emitir nota de repúdio de membros da Comissão de Direitos Humanos; “encaminhar denúncia, como resquício da ditadura e da tortura, à Comissão Nacional da Verdade”; apresentar proposta de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos para debater “Educação Militar e Direitos Humanos”.

(*) Jornal Tribuna da Bahia