O provável candidato do PSB à Presidência da República,
Eduardo Campos, endureceu o discurso ontem, durante almoço com o bloco de
senadores do PTB-PR-PPL-PSC, e afirmou que a presidente Dilma Rousseff e o PT
não podem cobrar nenhum tipo de fidelidade do PSB.
“O PSB não deve nada a Dilma. Na verdade, ela é nossa
credora. Abrimos mão de uma candidatura competitiva em 2010 (Ciro Gomes) para
ajudá-la a se eleger presidente da República”, afirmou Eduardo.
O socialista tem intercalado declarações críticas ao governo
federal com momentos em que recolhe as armas. Nas duas recentes ocasiões em que
Dilma participou de eventos no Nordeste nos quais o governador também esteve,
no fim de março e no início deste mês, por exemplo, o presidente do PSB evitou
o confronto. Mas nesta terça-feira, reassumiu a postura de candidato.
Apesar de todos os presentes no almoço — incluindo dilmistas
convictos, como o senador Gim Argello (PTB-DF), e o presidente nacional do PR,
senador Alfredo Nascimento (AM) — terem saído do encontro com a certeza de que
o socialista concorrerá à Presidência no ano que vem, em nenhum momento Eduardo
Campos confirmou a intenção de disputar o Planalto em 2014.
O governador de
Pernambuco e presidente do PSB disse que apenas está estimulando o “debate”
político. A base aliada, no entanto, não compra essa versão e vê em todos os
movimentos do socialista costuras políticas para 2014.
“Eduardo Campos só
começou a aparecer para criticar a economia. Com a retomada do crescimento e o
controle da inflação, ele ficará sem discurso para apresentar ao eleitorado”,
disparou um deputado da base governista.