O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos afirmou que o
Ministério Público é seletivo ao abrir inquéritos criminais porque seus membros
preferem casos com grande repercussão.
“O objetivo do Ministério Público é selecionar casos, os que
dão mídia, dão glória, saem no ‘Jornal Nacional’. Não querem amassar barro”,
afirmou o advogado.
Thomaz Bastos participou de seminário realizado pela Polícia
Federal para discutir a PEC 37, proposta de emenda constitucional que impede
promotores de abrir inquéritos criminais. A PF é um das principais defensoras
da proposta.
O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Coimbra,
participou do evento.
Na avaliação do ex-ministro, a PEC é justamente uma reação
ao “número absurdo de procedimentos de investigação criminal que surgiram no
Brasil”.
De acordo com ele, os promotores abrem uma investigação “que
começa dos culpados e vai adiante até que se consegue comprovar
suficientemente” um crime.
Em um discurso duro, Thomaz Bastos ainda declarou que
“chamar isso de PEC da Impunidade [nome dado aos grupos contrários à proposta]
é jogo retórico, se não for uma bobagem.”