A Juíza da 15ª Vara do Tribunal de Justiça do Rio Grande do
Norte, Marta Danielle, em decisão publicada no Diário Oficial desta
terça-feira, mandou suspender a intervenção sobre a Usina São Francisco, em
Ceará-Mirim, objeto há anos de uma disputa judicial entre o antigo proprietário,
o ex-senador Geraldo Melo e sócios e o empresário e o comprador Manuel Dias
Branco Neto, herdeiro da M Dias Branco Indústria de Alimentos.
A Juíza Marta Danielle informou que não via mais eficácia em
manter a interdição da Usina e que os agravos interpostos por ambas as partes –
inclusive de uma empresa estrangeira – já foram encaminhados ao Desembargador
Expedido Ferreira, a quem caberá a decisão final.
Com a decisão da Juíza Marta Danielle, a questão agora é
saber se o empresário Manuel Dias Branco retomaria imediatamente a
administração da Usina São Francisco, sob os cuidados do interventor Valdécio
Alcântara.
No começo do mês passado, O juiz da 6ª Vara Federal Jailsom
Leandro de Sousa, suspendeu o leilão da Usina São Francisco que aconteceria no
dia 16 de abril com objetivo de saldar uma dívida trabalhista, acatando
argumentação da defesa do ex-senador Geraldo Melo de que não existia nos autos
um laudo de avaliação para os bens serem leiloados.
O Sindicato dos Trabalhadores de Ceará-Mirim defende a volta
de Manuel Dias Branco à gestão da Usina, alegando que enquanto ele esteve na
direção os pagamentos aos trabalhadores era feito em dia. As dificuldades da
Usina São Francisco se agravaram na safra de 2011, quando seus fornecedores de
cana, com medo de não receber, venderam toda a produção para a Usina Estivas.