O presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do
Norte (Femurn), Benes Leocádio, disse que a importação de médicos pelo governo
brasileiro é uma medida positiva e necessária para os municípios do interior
que enfrentam problemas de todos os tipos, até mesmo para ampliar ações
preventivas, como o Programa Saúde da Família (PSF), por falta de médicos.
Ele estima que o RN precisaria hoje de 500 médicos para
atender as necessidades mais imediatas da população. “Além disso, a medida serviria
para acabar o leilão que existe hoje por falta de profissionais no mercado.”
De acordo com a Femurn, o mínimo que um médico cobra hoje
para trabalhar no interior é um salário de R$ 10 mil, além de algumas vantagens
tipo hospedagem e transportes. “No meu município tem profissional que chega a
ganhar R$ 18 mil [por mês]”, disse o prefeito, lembrando que os plantões
médicos de 24 horas custam hoje R$ 1.400.
Não só os pequenos municípios, mas, também os grandes enfrentam
as mesmas dificuldades para a contratação de médicos.
Parnamirim, cidade da Grande Natal, com 215 mil habitantes,
só conseguiu formar 42 das 75 equipes do PSF. As 33 restantes estão em compasso
de espera por falta de médicos. Parnamirim paga R$ 7 mil no PSF e R$ 800 por
plantão de 12 horas. Mesmo assim não encontra candidatos.
“Nem os recém-formados da UnP estão querendo”, disse o
secretário de saúde Márcio Cézar Pinheiro.