O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho
(PMDB), também usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) no fim de semana
para ir ao Rio de Janeiro assistir à final da Copa das Confederações no
Maracanã.
O ministro saiu de Brasília na sexta-feira às 6h com destino
a Fortaleza para cumprir agenda oficial na cidade de Nova Morada (CE). O
compromisso acabou pela manhã.
Em vez de retornar a Brasília, o ministro pediu que o avião,
um Learjet 35, o levasse ao Rio, onde havia programado passar o fim de semana
para ver o jogo da seleção brasileira contra a Espanha.
A aeronave saiu às 14h de sexta de Fortaleza e chegou às 17h
no Rio. Em entrevista à Folha, Garibaldi contou que deu carona a um amigo, o
empresário Glauber Gentil. Ambos viajaram num avião que comporta 10
passageiros.
"Eu não iria passar o fim de semana em Natal [terra do
ministro]. Se fosse voltar para Brasília, teria optado por lá. Mas havia
programado ir ao Rio. Fui para passar o fim de semana e ver o jogo",
disse.
"Me senti no direito de o avião me deixar onde eu
quisesse ficar", afirmou o ministro. "Já fiz isso outras vezes,
porque na volta fico sempre no destino que eu me programei. Pedi com
antecedência, senão ministro entra na fila."
Ele ganhou ingresso do Ministério do Esporte para o Maracanã
e disse ter gostado do jogo. "Quem não gostou?"
O decreto 4244/2002, que disciplina o uso de aviões da FAB
por autoridades, diz que os jatos podem ser requisitados quando houver
"motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e
deslocamentos para o local de residência permanente".
Ou seja, segundo o decreto, Garibaldi não poderia ir ao Rio
porque não tinha agenda nem mora na cidade. O ministro disse que retornou para
Brasília em voo comercial.
Garibaldi é primo do presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), que usou outro avião da FAB para ver o jogo da seleção. Alves
levou sete convidados de Natal para o Rio. Glauber Gentil, que foi para o Rio
com Garibaldi, pegou carona com Alves para voltar a Natal.