17 de novembro de 2013

Força Tarefa da Polícia não consegue conter onda crimes em Macaíba

Os números da secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) anunciam que de janeiro a outubro desse ano foram registradas 79 mortes violentas em Macaíba. O número é quase o triplo se comparado com os dados do mesmo período no ano passado, quando foram anotadas 27 mortes.

A força-tarefa designada pela Sesed para conter a violência ainda não produziu resultados satisfatórios. Pelo contrário. A média de homicídios aumentou no último mês.

O cenário em Macaíba pode ser ainda mais preocupante se analisarmos os dados do Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania (Coedhuci). O presidente do órgão, Marcos Dionísio, contesta as informações da Sesed e aponta um índice de violência mais elevado.

“De acordo com nosso acompanhamento, de 1º de janeiro a 31 de outubro desse ano, na verdade tivemos 87 homicídios em Macaíba. Não há uma transparência com os números da secretaria”, pontua.

Independente da fonte dos números, há um consenso: a violência no município aumentou de forma vertiginosa nos últimos doze meses. Concomitantemente, não houve aparelhamento das polícias para barrar a criminalidade e os bandidos passaram a agir a qualquer hora do dia.

Para o coronel  Josimar de Lima, comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM) – responsável pelo policial de Macaíba e outras quatro cidades – a violência é gerada por questões socioeconômicas. “Falta estrutura familiar e emprego. Sem ocupação, o jovem procura a droga e acaba morrendo ou matando”, analisa.

O delegado Normando Feitosa, responsável pela única delegacia do município, apresenta outra versão que ajuda a explicar a escalada da violência em Macaíba. “Cerca de 30% dos homicídios não ocorre em Macaíba. Aqui é apenas o local de desova de cadáveres. Mata-se em municípios vizinhos e trazem o corpo para cá”, pontua.

O delegado também imputa ao tráfico de drogas uma boa parte dos crimes. “O tráfico é o carro-chefe. As mortes ocorrem por acerto de contas ou disputa de pontos de drogas”, acrescenta.