A família do ex-senador e empresário Fernando
Bezerra, que comanda o grupo empresarial Ecocil (empresa dirigida por seu filho
Silvio Bezerra), é radicalmente contra a sua candidatura ao Governo do Estado
nas eleições de outubro.
A esposa de Fernando, Candinha Bezerra, já chegou
a comentar: “A coisa está tão ruim que querem dar a você”.
Fernando Bezerra começou a atuar na política do
RN nos bastidores até se tornar suplente de senador de Garibaldi Filho. Com a
eleição do hoje ministro para governador, em 1994, Bezerra assumiu a cadeira no
Senado e a presidência da poderosa Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Foi reeleito senador em 1998, virou ministro da
Integração Nacional, mas perdeu as eleições seguintes. Em 2002 foi
fragorosamente derrotado na disputa pelo Governo ficando em terceiro lugar e em
2006 foi novamente derrotado por Rosalba Ciarlini (DEM) quando tentou obter a
reeleição para o Senado.
Com o Governo do Estado enfrentando crise
financeira e política, a família de Fernando Bezerra já não acha tão atrativo
assim o cargo de governador.
Ninguém sabe é se o PMDB lembra que contra
Fernando Bezerra pesa o escândalo da Metasa/Sudene, até hoje não esclarecido à
sociedade brasileira.
De 1989 a 1998, Fernando Bezerra foi sócio da
Metasa (Metais do Seridó S.A), empresa voltada para a extração de gemas (pedras
preciosas e semipreciosas). A empresa era presidida pelo filho de Bezerra,
Hênio de Araújo Bezerra. Posteriormente a empresa foi vendida a Marcelo Mário
Porto, que trabalhava na empresa desde sua criação, em
1986.
Durante os nove anos nos quais Bezerra
participou da empresa, a Metasa recebeu cerca de R$ 6,67 milhões de
financiamento da Sudene. De 91 a 98, a Sudene pagou R$ 3,9 milhões. De lá até
2001, quando Bezerra era Ministro da Integração e não era mais sócio da Metasa,
a empresa ainda recebeu mais R$ 2,7 milhões. No total, a Sudene pagou 98%.
A Metasa, não cumpriu a parte dela. Investiu
menos da metade dos R$ 5 milhões previstos. A produção anual deveria ser de 400
toneladas de minérios, com 145 empregos. A empresa passou sete anos desativada e em 2007 anunciou que retomaria suas atividades na produção de tungstênio, em sociedade com a empresa paulista Citra.