10 de março de 2014

Dilma reúne-se com PMDB, não cede e enfrentará "rebeldes"

A presidente Dilma Rousseff informou neste domingo (9) ao PMDB que vai nomear ministros como bem entender se o partido não recuar de sua posição beligerante na Câmara dos Deputados.
O ultimato de Dilma foi feito no início da noite, pessoalmente, ao vice-presidente da República, Michel Temer. A petista se reuniu com o peemedebista no Palácio da Alvorada.
O encontro deveria ter sido com mais caciques do PMDB, mas no final da tarde o Palácio do Planalto desconvidou o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente da Câmara, Henrique Alves (RN), e o presidente nacional da legenda, Valdir Raupp. Só Michel Temer foi recebido.
Na conversa, Dilma Rousseff expressou novamente toda a sua irritação com o líder do PMDB na Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha (RJ). Reclamou do teor de entrevistas recentes de Cunha e disse que não gostaria de discutir com ele a respeito de quais ministérios vão caber ao PMDB na reforma que está em curso.
A partir de agora, a presidente vai conversar com alguns grupos do PMDB de forma separada.
Nesta segunda-feira (10), às 9h30, Dilma deve receber para uma conversa novamente Michel Temer, que estará desta vez acompanhado de Renan Calheiros e do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). A presença de Renan e de Eunício foi determinada pela presidente da República.
Em seguida, às 10h30, a presidente ordenou que sejam convidados para uma reunião Henrique Alves e Valdir Raupp.
A petista não disse, entretanto, como pretende acalmar a bancada de deputados do PMDB, insatisfeita por estar prestes a perder algum espaço na Esplanada dos Ministérios.
Há informações de que a estratégia de Dilma é a seguinte:
1) enquadrar o PMDB: dizer aos caciques do partido com quem ainda mantém alguma interlocução que não pretende ceder ao líder peemedebista na Câmara, Eduardo Cunha. Deseja isolar Cunha ao máximo. Agora, considera-o um adversário a ser derrotado;
2) aliciar outros partidos: tentar na reforma ministerial fechar o apoio definitivo de partidos médios, como PTB, PP, PSD e outros. Ficaria assim garantido um tempo de TV e rádio suficiente para fazer a campanha da reeleição com um certo conforto.