A presidente Dilma Rousseff
informou neste domingo (9) ao PMDB que vai nomear ministros como bem entender
se o partido não recuar de sua posição beligerante na Câmara dos Deputados.
O ultimato de Dilma foi feito
no início da noite, pessoalmente, ao vice-presidente da República, Michel
Temer. A petista se reuniu com o peemedebista no Palácio da Alvorada.
O encontro deveria ter sido
com mais caciques do PMDB, mas no final da tarde o Palácio do Planalto
desconvidou o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente da
Câmara, Henrique Alves (RN), e o presidente nacional da legenda, Valdir Raupp.
Só Michel Temer foi recebido.
Na conversa, Dilma Rousseff
expressou novamente toda a sua irritação com o líder do PMDB na Câmara, o
deputado federal Eduardo Cunha (RJ). Reclamou do teor de entrevistas recentes
de Cunha e disse que não gostaria de discutir com ele a respeito de quais
ministérios vão caber ao PMDB na reforma que está em curso.
A partir de agora, a
presidente vai conversar com alguns grupos do PMDB de forma separada.
Nesta segunda-feira (10), às
9h30, Dilma deve receber para uma conversa novamente Michel Temer, que estará
desta vez acompanhado de Renan Calheiros e do líder do PMDB no Senado, Eunício
Oliveira (CE). A presença de Renan e de Eunício foi determinada pela presidente
da República.
Em seguida, às 10h30, a
presidente ordenou que sejam convidados para uma reunião Henrique Alves e
Valdir Raupp.
A petista não disse,
entretanto, como pretende acalmar a bancada de deputados do PMDB, insatisfeita
por estar prestes a perder algum espaço na Esplanada dos Ministérios.
Há informações de que a estratégia
de Dilma é a seguinte:
1) enquadrar o PMDB: dizer aos
caciques do partido com quem ainda mantém alguma interlocução que não pretende
ceder ao líder peemedebista na Câmara, Eduardo Cunha. Deseja isolar Cunha ao
máximo. Agora, considera-o um adversário a ser derrotado;
2) aliciar outros partidos:
tentar na reforma ministerial fechar o apoio definitivo de partidos médios,
como PTB, PP, PSD e outros. Ficaria assim garantido um tempo de TV e rádio
suficiente para fazer a campanha da reeleição com um certo conforto.