O desembargador Virgílio
Macedo decretou ontem o fim do sigilo da denúncia do Ministério Público contra
o deputado estadual Gilson Moura e a ex-prefeita de Natal, Micarla de Sousa.
Ao abrir o sigilo, os depoimentos prestados
revelam o caminho percorrido pelos recursos desviados e como a estrutura da
Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas) e a Associação
de Atividades de Valorização Social (Ativa), no período de junho a dezembro de
2010, era usada para custear a campanha
eleitoral do deputado.
A denúncia foi uma das
primeiras medidas resultantes da colaboração premiada de Rychardson de Macedo
Bernardo e Emanuela de Oliveira Alves. E foi oferecida pelo MPRN na última
sexta-feira, dia 7, à Justiça.
De acordo com a peça, a
“provisão de fundos” para a campanha de reeleição foi feita a partir da
contratação de funcionários “fantasmas” indicados pelo deputado. Em ofícios
encaminhados à Semthas solicitando
realização de processo seletivo já constavam a lista de nomes dos indicados e
até remuneração a ser paga para cada cargo, além da
complementação de salários por meio de horas extras.
De acordo com o delator, Rychardson Macedo, dos cargos
comissionados de Moura “90%, 95% não davam expediente. A quantidade de gente
não tinha como dar expediente na sede, e as pessoas de Gilson, muitos, muitas
pessoas contratava era pra ficar na sede e outros simulava”.