Um mês antes do início da
campanha eleitoral, o Ministério da Pesca alterou norma interna e permitiu que
carteiras de pescador antes confeccionadas pela Casa da Moeda, fossem emitidas
em papel comum.
A medida permitiu que, desde
junho, as próprias superintendências da pasta nos Estados, a maioria controlada
pelo PRB, confeccionassem os documentos, que dão direito a salário durante os
cinco meses do defeso e outros benefícios.
As carteiras impressas em
papel moeda tinham uma marca d’água para evitar fraudes – uma proteção que as
confeccionadas em papel comum não dispõem.
O PRB, ligado à Igreja
Universal, comanda a pasta desde março de 2012, quando o senador Marcelo
Crivella (RJ) foi nomeado ministro. Ele deixou o cargo para disputar o governo
do Rio. O ministério é chefiado hoje pelo pastor Eduardo Lopes, também do PRB e
suplente de Crivella.
A sigla trabalha para manter a
pasta no próximo mandato de Dilma Rousseff. Das 27 superintendências, 17 estão
sob a chefia de filiados e dirigentes do partido.
A Polícia Federal já tomou
depoimento de eleitores que receberam as carteiras cinco dias antes das
eleições – parte deles assentados da reforma agrária. Eles disseram ter vendido
o voto em troca do benefício. A investigação está sob sigilo.