O
número é assustador: o juro cobrado no cheque especial atingiu a marca de 200%
ao ano em dezembro. A maior taxa em 16 anos ocorreu justamente em um momento de
recuo na inadimplência desse tipo de empréstimo, que deveria ser usado apenas em
caráter emergencial.
A
redução do calote no fim do ano passado se deu, segundo análise do Banco
Central, porque os assalariados aproveitaram o pagamento do 13º salário para
quitar - ou pelo menos diminuir - as dívidas com o banco.
Apenas
em 2014, a alta dos juros desse tipo de financiamento foi de 53 pontos porcentuais.
Para se ter uma ideia do tamanho do aumento, a taxa cobrada no encerramento de
2014 para o crédito pessoal de pessoa física ficou em 45,3% ao ano. Mesmo este
segmento de empréstimo registrou elevação de quatro pontos em 2014.
A
forma de financiamento pessoal mais barata segue sendo o crédito consignado,
que desconta a dívida diretamente na folha de pagamento. Com risco baixo de
calote para os bancos, e a concorrência cada vez maior por esse filão “seguro”,
as taxas são mais amenas e fecharam em 25,9% ao ano.