A família do padre José Dantas
de Sousa Filho, 55 anos, que faleceu no último sábado (21), em decorrência de
um problema cardíaco, denunciou que o sacerdote viveu os últimos 12 anos de sua
vida, na cidade de São José de Caiana, no alto sertão da Paraíba, abandonado pela Igreja Católica.
Josefa Dantas, irmã do
religioso, disse que desde que chegou ao Caiana, padre Dedé, como era conhecido
o sacerdote, não recebia salário e sobrevivia graças à aposentadoria da mãe,
uma idosa de 80 anos. Ele era natural de Itaporanga.
“Se não fosse a ajuda de mãe,
ele passava fome, porque não tinha dinheiro para nada: não se alimentava bem
por falta de condição e nem seu plano de saúde pode continuar pagando porque
depois que chegou ao Caiana, não recebia nada da Igreja”, declarou.
“Vi ele muitas vezes comer
feijão puro e passar outras necessidades, porque o salário de mãe era quase
todo pra comprar remédio e não sobrava quase nada. Apesar do abandona, ele
nunca reclamou de nada, se mantinha sempre feliz”, acrescentou.
O padre descobriu que tinha um
problema no coração em fevereiro de 2014, mas a falta de condição financeira
impossibilitou um tratamento imediato e eficaz.