O
ex-presidente Lula tenta jogar um banho de água fria na discussão interna do PT
sobre a possibilidade de o partido erguer a bandeira das "Diretas Já"
antes mesmo do fim do julgamento de Dilma Rousseff no Senado, divulga a Folha
de São Paulo.
Ele
diz que a iniciativa teria que partir da própria presidente. E que, pelo que
conhece da petista, ela "dificilmente" concordaria com a ideia.
No
governo, no entanto, a discussão segue firme, com alguns dos principais
ministros tentando convencer Dilma de que as "Diretas Já" dariam a
ela o melhor discurso se for afastada em maio para esperar pelo julgamento do
impeachment no Senado. De acordo com integrante do PT, ao contrário do que
imagina Lula, ela já estaria aceitando conversar sobre o assunto.
Pela
proposta, Dilma não renunciaria e seguiria clamando por um processo
"justo". Mas reconheceria que, diante da crise de governabilidade, só
mesmo eleições diretas para recolocar o país no rumo. Para isso, ela aceitaria
reduzir o próprio mandato em dois anos, convocando eleições presidenciais para
outubro, junto com as municipais.
A
proposta ainda "emparedaria" Michel Temer, de acordo com um ministro,
e uniria os partidos que têm votos e são competitivos para disputar uma eleição
presidencial, como a Rede de Marina Silva. Ela aparece empatada tecnicamente
com Lula – segundo o Datafolha, ambos têm em torno de 20% dos votos, em
diferentes cenários. Temer tem 2%.