O ministro abriu a
porta do gabinete e, antes mesmo de dar bom dia, perguntou: "O que é que
você quer ouvir?".
Não esperou a
resposta. Colocou jazz para tocar no aparelho de som. Mas a música não
importava. Também ligou a TV e se certificou de que as cortinas estavam
fechadas.
"Criminalizaram
a conversa em Brasília. Agora, só recebo gente assim."
A cena é um
reflexo do estado permanente de tensão em que vivem autoridades de todas as
esferas do poder de Brasília, do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.
A situação se
agravou nas últimas semanas, após gravações que o ex-diretor da Transpetro
Sérgio Machado fez em conversas com caciques do PMDB virem à tona e causarem a
primeira grande crise do governo interino de Michel Temer.
Telefones
celulares, por sinal, ficam do lado de fora do gabinete presidencial. As
visitas devem guardar os aparelhos em uma caixinha e só os recebem de volta na
saída.