13 de junho de 2016

Com medo de grampos, políticos escondem celulares e tiram ternos nas reuniões em Brasília

O ministro abriu a porta do gabinete e, antes mesmo de dar bom dia, perguntou: "O que é que você quer ouvir?".
Não esperou a resposta. Colocou jazz para tocar no aparelho de som. Mas a música não importava. Também ligou a TV e se certificou de que as cortinas estavam fechadas.
"Criminalizaram a conversa em Brasília. Agora, só recebo gente assim."
A cena é um reflexo do estado permanente de tensão em que vivem autoridades de todas as esferas do poder de Brasília, do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.
A situação se agravou nas últimas semanas, após gravações que o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado fez em conversas com caciques do PMDB virem à tona e causarem a primeira grande crise do governo interino de Michel Temer.
Telefones celulares, por sinal, ficam do lado de fora do gabinete presidencial. As visitas devem guardar os aparelhos em uma caixinha e só os recebem de volta na saída.