O Senado ensaia um movimento para enterrar a volta das coligações nas
eleições proporcionais, proposta que foi aprovada pela Câmara nesta semana.
O assunto foi discutido em reunião de líderes e há forte resistência à
medida chancelada pelos deputados.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), manifestou posição
contrária à volta das coligações, justamente para dar suporte ao pacote
aprovado recentemente pelos senadores, que vai na direção contrária. Uma das
resistências à proposta da Câmara vem do PSD, partido com o qual Pacheco
negocia filiação.
"Não sei se o Senado vai se meter muito em uma matéria de interesse
da Câmara, mas a tendência é não aceitar porque acabamos de ter a primeira
experiência sem coligações", afirmou Pacheco.
A volta das coligações garante uma sobrevida a partidos pequenos que,
sem acesso a recursos do fundo partidário em função da cláusula de desempenho, poderiam
perder representação no Congresso a partir das próximas eleições.
A estratégia de senadores para derrotar a proposta é exigir que ela
passe pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e cumpra todos os prazos
regimentais, sem atropelos, o que na prática inviabilizaria a aprovação até
outubro, tempo mínimo para entrar em vigor no ano que vem.