Por ordem do Palácio do Planalto, o Conselho de Administração do Banco
do Nordeste (BNB) exonerou o servidor Romildo Carneiro Rolim da presidência da
instituição.
A saída se dá em meio à disputa pelo controle do programa de
microcrédito, uma referência dessa modalidade de financiamento em todo o País.
Os empréstimos de pequena monta - em torno de R$ 2 mil a R$ 5 mil, em
média - têm potencial eleitoral no Nordeste, região onde o presidente Jair
Bolsonaro precisa melhorar seu desempenho. São 3,5 milhões de clientes ativos e
R$ 15 bilhões aplicados ao todo, espalhados em mais de 2 mil municípios.
Essa carteira bilionária é cobiçada não apenas por políticos, mas por
lobistas do mercado financeiro, que há anos tentam convencer parlamentares cearenses
a pressionarem politicamente pela venda da operação mais lucrativa do BNB à
iniciativa privada. O Banco do Nordeste é sediado em Fortaleza e costuma
abrigar apadrinhados de políticos do Ceará.
Romildo Carneiro Rolim é servidor de carreira do BNB e havia chegado à
presidência no governo Michel Temer.
O comando da instituição será entregue a um nome indicado pelo Centrão.
O nome cogitado e o do advogado Anderson da Cunha Possa.