Cinco
dos seis partidos que não atingiram a chamada cláusula de barreira nas eleições
negociam fusão para sobreviver no Congresso. Sem rumo certo, PTB, PSC,
Patriota, PROS e Solidariedade já discutem o futuro em conjunto. A única
exceção é o Novo, que declinou de tratativas preliminares.
Em
jogo está a continuidade de siglas que se tornaram nanicas na nova realidade do
Congresso. A regra da cláusula de barreira, instituída pela reforma eleitoral
de 2017, não extingue os partidos por completo, mas busca reduzir a
fragmentação pela asfixia financeira.
No ano
passado, as seis legendas receberam recursos do Fundo Partidário, que somam, ao
todo, R$ 126 milhões. Mas não ganharão nada em 2023, caso permaneçam isoladas.
Para
não perder os recursos do Fundo Partidário e o tempo de propaganda, os partidos
devem eleger pelo menos 11 deputados federais distribuídos por nove unidades da
Federação, como determina a cláusula de barreira. Alternativamente, podem
atingir 2% dos votos válidos para a Câmara em pelo menos nove Estados, sendo 1%
em cada. Os seis partidos não atingiram esses critérios e correm o risco de
deixar de existir, se não houver uma fusão.
A
articulação iniciada logo depois do primeiro turno das eleições tem o objetivo
de formar um partido sem perfil ideológico claro, que deve funcionar como uma
espécie de satélite do Centrão, no ano que vem. Os cinco que negociam essa
união abrigam parlamentares de perfil fisiológico. Segundo dirigentes, é
possível que mais de uma legenda surja das negociações.