Muito perto de sua conclusão, o recenseamento do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) teria identificado pouco menos de 205 milhões de
habitantes.
A suspeita é que um contingente expressivo de famílias de baixa renda se
declarou como “unipessoal”, sem informar cônjuge e filhos, pelo receio de
perder acesso a benefícios sociais.
Prefeitos de diversas regiões do país fizeram chegar ao Governo Federal
que estão preocupados com a perda de recursos no âmbito do Fundo de Participação
dos Municípios (FPM) - por meio do qual a União distribui 22,5% de sua
arrecadação com Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI).
Cerca de 700 prefeituras alegam perda de repasses com a nova
distribuição. Muitos municípios argumentavam que os dados do IBGE não condiziam
com a realidade local.
Diversas prefeituras estão contratando pessoas para rodarem bairros,
apurarem inconsistências e contestarem os dados preliminares do IBGE.
Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios
(CNM), diz que a insatisfação é geral e que a avaliação dos prefeitos e que o
censo virá “precário” e “capenga”.
Ziulkoski afirma que a CNM pretende iniciar uma mobilização para que, em
2025, seja feita de forma adequada a recontagem da população.
“Sabemos que esse censo vira com dados superficiais, será uma pesquisa
precária. O jeito é já pressionar para uma pesquisa adequada pelo menos quanto
ao número de habitantes daqui um ano e meio”, afirma.