Presidente nacional do PSDB, o ex-governador Marconi Perillo (GO) afirmou a CartaCapital que as conversas da sigla com PDT e Podemos sobre uma eventual federação partidária estão em “nível avançado”, mas ponderou que o martelo só deve ser batido após as eleições municipais deste ano.
“O clima é muito favorável. Essa abordagem é crucial
para nossa sobrevivência, priorizando o pragmatismo mesmo. Mas, isso é para
depois da eleição. Nós vamos fazer com calma, já estamos conversando e
avançando nesse sentido”, explicou o tucano.
As eleições deste ano são vistas pelo PSDB como um teste
para uma nova plataforma política de “terceira via”. A sigla, que
governou o Brasil por duas vezes, viu sua capilaridade derreter nas urnas e
lideranças históricas aderirem ao bolsonarismo ou
a outros projetos políticos nos últimos anos.
Desde 2017, as coligações foram extintas nas eleições
proporcionais, que escolhem deputados e vereadores. No entanto, a
legislação continuou a permitir a união de partidos em torno de uma única
candidatura nas disputas majoritárias (para presidente, senador, governador e
prefeito.
Com a criação das federações, instituída em 2022, os
partidos podem se unir na disputa por qualquer cargo, desde que permaneçam
assim por todo o mandato conquistado. A federação vale para eleições
majoritárias e proporcionais.
A principal
diferença entre os modelos, portanto, é o caráter permanente das
federações, uma vez que as alianças firmadas nas coligações valem apenas até a
eleição e podem ser desfeitas logo em seguida.
O PSDB, que hoje está federado por quatro anos com o
Cidadania, elegeu 18 deputados federais e quatro senadores em 2022. Por sua
vez, o Podemos – que se fundiu com o PSC em junho passado- possui 18 deputados
e sete senadores, enquanto o PDT tem uma bancada com 20 congressistas.