21 de março de 2025

Greve de peritos agrava fila de 1,8 milhão no INSS e expõe crise na Previdência Social

A crise no atendimento médico das agências da Previdência Social não é algo novo, mas a situação atingiu níveis alarmantes com a greve dos peritos médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), iniciada em agosto de 2024.

A falta de harmonia entre os profissionais e o Ministério da Previdência Social tem gerado um impacto direto na população, especialmente para aqueles que dependem de benefícios por incapacidade.

O agendamento de perícias pelo aplicativo Meu INSS até pode ser rápido, mas a execução do serviço esbarra em um problema crônico: a falta de pessoal. Com cerca de 3.100 peritos ativos atualmente, o INSS não consegue atender à demanda crescente, agravada por 650 profissionais afastados por políticas internas e outros 450 em férias ou licenças.

Dados extraoficiais apontam uma fila de 1,8 milhão de pedidos em análise, sendo metade aguardando perícia. A falta de transparência na divulgação de informações oficiais, com o Boletim Estatístico da Previdência Social paralisado desde novembro de 2024, só aumenta a incerteza para os segurados.

Enquanto isso, a relação entre a Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) e o governo segue tensa. A greve, que envolve entre 300 e 1.000 peritos, conforme estimativas divergentes, expõe um embate que já resultou em 50 processos judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ).